sábado, 27 de agosto de 2011

O Quinto Elemento (1997)


Já alguma vez vos aconteceu gostarem de um filme, mas não perceberem porquê? É o que me acontece com "O Quinto Elemento". Já vi o original dezenas de vezes e duas dobragens em línguas diferentes e consegue sempre ser uma experiência divertida.
O argumento não é nada de especial, aliás é bastante "standard" para este tipo de filmes, e o mesmo pode ser dito de quase todos os restantes elementos da produção. Mas não sei se é pelo humor, se pelo papel completamente "over the top" do Gary Oldman, se pela nostalgia que trás a combinação de inúmeros clichés e tropos dos filmes de acção, se por todas esta razões juntas, O Quinto Elemento consegue sempre cativar-me de uma forma que poucos filmes do género feitos nesta época conseguem.

O filme tem passado muitas vezes no Canal Hollywood ultimamente. Vejam quando o apanharem e digam-me se eu tenho ou não razão...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fragmento de Cristal


Este livro tem um especial significado para mim, pois foi o primeiro livro de fantasia que li em inglês, já há mais de uma década atrás. Foi ele que me levou à leitura de muitos outros livros de fantasia, tanto dentro como fora do universo do Forgotten Realms, e não será exagero dizer que abriu um novo capítulo na minha vida.

Fragmento de Cristal foi o primeiro livro com Drizzt como personagem principal escrito por R.A. Salvatore (mas não o primeiro na cronologia da personagem) e o primeiro publicado por este autor, pelo que sofre de muitos dos defeitos típicos de uma primeira obra. Porém, não deixa de ser uma interessantíssima leitura, provavelmente uma das melhores na fantasia de aventura. Todas as personagens são tridimensionais, com os seus defeitos e virtudes. Obviamente que a Drizzt, o protagonista, é dado um maior relevo que às restantes (com a possível excepção de Wulfgar), mas estas últimas já começam a mostrar um pouco da personalidade que será mais plenamente revelada nos livros seguintes.
Uma das qualidades normalmente atribuídas à escrita de Salvatore, as batalhas extremamente detalhadas, está aqui bem presente. Contudo, não é só a descrição em si que torna a leitura destas sequências interessantes, mas também as situações escolhidas. As batalhas contra gigantes, ogres e até um dragão são capazes de entusiasmar qualquer leitor, independentemente da idade e experiências, capazes de se abrir à experiência.
A história, por seu lado, superficialmente semelhante à tradicional luta contra o senhor do mal, tem reviravoltas e desconstruções suficientes para manter o interesse mesmo dos leitores já fartos deste mais que batido tipo de confronto.

Não posso dizer que este seja o meu livro favorito do Drizzt (embora esteja no Top 5), mas é uma história essencial na cronologia desta que é uma das personagens mais famosas da fantasia épica actual e merece ser lido por qualquer fã do género.

Fragmento de Cristal foi recentemente publicado em Portugal pela Saída da Emergência. Procurem esta capa na vossa livraria de eleição.

sábado, 6 de agosto de 2011

A Companhia Negra


Este foi o primeiro livro que Glen Cook escreveu sobre a companhia negra, no agora distante ano de 1984. Quando comecei a lê-lo, a primeiro impressão com que fiquei foi de que estava a ler um dos livros da antiga colecção da Europa-América Guerra e Espionagem, e vim mais tarde a descobrir que tal era intencional.
Esta é uma história com uma moralidade bastante cinzenta. Os "heróis" (os membros da companhia) trabalham para o império da senhora negra, e fazem o que necessitam fazer para sobreviver e serem pagos. A maior parte dos vilões têm um lado humano, e a própria senhora negra parece não ser tão má como quer dar a perceber. Por fim, os rebeldes que combatem contra o império não são muito melhores que os vilões.
A história em si é das mais cativantes que me lembro de ler, com algumas reviravoltas e twists interessantes e bem conseguidas, personagens memoráveis (uma das quais morre nos primeiro capítulos, porque, aqui, qualquer um pode morrer) e um narrador pouco fiável (croaker, o doutor e historiador da companhia). Existem diversas cenas fantásticas, como a emboscada na floresta, ou os vários assassinatos contra os lideres dos rebeldes, ou a batalha final, para nomear apenas algumas.

Lembro-me de ler uma crítica de Jeff VanderMeer numa Realms of Fantasy antiga onde ele dizia que, apesar de Glen Cook não ser dos autores de fantasia mais conhecidos, influenciou muitos dos autores que trabalham actualmente no género. Depois de ler este primeiro livro da companhia negra (e os dois que lhe seguem) não tenho quaisquer dúvidas de que isso é verdade.

Podem comprar este livro em conjunto com os dois seguintes no omnibus mostrado abaixo. Encontram-no aqui, na Amazon UK.