sábado, 7 de abril de 2012

Ben-Hur (1959)


Estamos na Páscoa. Como alguns de vocês certamente já saberão, isso significa que a adaptação de 1959 do romance Ben-Hur irá ser transmitido num qualquer canal de televisão.

Este é um filme que, infelizmente, afastará à partida uma boa parte do público actual, quer pela sua acentuada mensagem religiosa, quer por ter sido há muito banido, pelo menos na mente dos espectadores, para aquele que eu considero ser um dos mais estúpidos guetos culturais de sempre: o dos filmes antigos.

O que é uma pena, pois trata-se de um dos mais espectaculares filmes que alguma vez saiu de Hollywood. Tem uma história sólida, cheia de nuances, personagens interessantes, desempenhos excelentes de actores históricos, cinematografia brilhante, guarda roupa espectacular, cenários à frente do seu tempo, banda sonora memorável e inúmeras cenas inesquecíveis (e não me estou aqui a referir-me apenas à famosa corrida de quadrigas). Não é coincidência que, durante décadas, tenha sido o único filme a receber onze Óscares (e, mesmo hoje, partilha essa honra apenas com "O Regresso do Rei" e "Titanic"). É um dos melhores filmes épicos de sempre, anos luz à frente de muitos "épicos" que Hollywood nos tem tentado impingir desde o sucesso da trilogia "O Senhores do Anéis" (ou até mesmo desde o sucesso de "Braveheart").

Este foi um dos primeiros filmes que me lembro de ver (dobrado em espanhol, por sinal, já que com cinco anos ainda não tinha agilidade suficiente para ler legendas) e influenciou (e continua a influenciar) não só a forma como olho para o cinema, mas também como olho para a arte de contar histórias.

Se nunca viram este filme, abandonem os vossos preconceitos e hoje, às 22:40, liguem a televisão na RTP2. Se, como eu, já o viram dezenas de vezes, não percam a oportunidade de o ver outra vez. É sempre uma experiência fantástica de que eu duvido que alguma vez me vá cansar.


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