terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mais opiniões sobre a Vollüspa


Já estão na net mais opiniões sobre a Vollüspa, incluindo opiniões detalhadas sobre cada conto.

Do blog "Que a Estante nos Caia em Cima"

Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte

Do blog Morrighan

Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte

As opiniões sobre o meu conto, "O Último" encontram-se na última parte de cada uma das séries.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nanozine n.º4


Já saiu a versão electrónica do último número da fanzine nanozine. Inclui vários contos de estreantes e não tão estreantes, como alguns ensaios, críticas e ilustrações. De destacar o especial Telmo Marçal, onde se inclui um poema, um conto e uma crítica ao livro de contos "As Atribulações de Jacques Bonhomme".

A revista também inclui um conto meu, "O Mestre Arquitecto". É logo o primeiro, não é difícil de encontrar. Visitem a página e leiam, ou, se preferirem, esperem pela edição em papel, que não deverá tardar.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Solomon Kane (2009)


Esquecendo as inevitáveis diferenças que existem entre o Solomon Kane do filme e dos contos de Robert E. Howard, atrevo-me a dizer que este é um dos melhores filmes "pulpish" dos últimos anos. Não que seja um marco da história do cinema ou sequer um grande filme, mas, na minha opinião, encontra-se bem acima de outros mais conhecidos dentro do género, como "Clash of the Titans" ou "Van Helsing". A história não é excepcional, se bem que é mais do que a usual desculpa para colar as diferentes cenas de luta e/ou efeitos especiais, e permite desenvolver os dois elementos que realmente distinguem este filme dos outros do género.
O primeiro destes elementos é o desempenho de James Purefoy como Solomon Kane, provavelmente o melhor trabalho que já vi dele. Purefoy mostra-nos uma personagem tridimensional, cheia de conflictos internos, dúvidas, incertezas e sentimentos variados.
O segundo é o ambiente. Apesar do filme se passar na Inglaterra de Isabel I, o ambiente é brutalmente medieval, com uma abordagem de "sangue e lama" que raramente se vê no cinema hoje em dia. Tudo isto nos é mostrado com uma cinematografia que me parece bem acima da média.
Apenas o fim me deixou um certo dissabor, se bem que não consigo apontar exactamente o porquê. Talvez devido ao demónio em cgi, que parece deslocado num filme com este ambiente, mas não tenho a certeza.

Este é um filme que recomendo vivamente aos amantes dos filmes de acção com um "feel" das velhas histórias "pulp". Garanto que não se irão desiludir.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Opiniões Vollüspa



Para quem ainda não sabe, a Vollüspa é uma antologia de literatura fantástica onde se reúnem contos de autores já estabelecidos no género (como Afonso Cruz, Pedro Ventura e Luís Filipe Silva) com outros menos experientes e com menos publicações. Nela inclui-se um conto meu, uma reedição de "O Último", originalmente publicado na Antologia Talentos Fantásticos 2009.

Ainda não tem data de saída, mas o editor/organizador Roberto Mendes já enviou versões electrónicas da mesma para vários blogs literários. Como tal, já começaram a aparecer várias opiniões pela net, das quais se seguem os links:

Falling Into Infinity

O Bug Cultural

Illusionary Pleasure (Esta inclui opiniões especificas de cada conto, incluindo do meu)

sábado, 12 de novembro de 2011

O Mundo Perdido no Fundo do Mar


Este é um dos últimos romances de Arthur Conan Doyle publicados. Apesar do título ser uma clara tentativa de ligar esta história à muito mais conhecida "O Mundo Perdido", do mesmo autor, são substancialmente diferentes. De facto, a única coisa que têm em comum é a exploração de um mundo desconhecido para a maior parte do mundo, se bem que mundos bem diferentes. Se em "O Mundo Perdido" se explora um planalto onde a natureza se manteve como era há milénios atrás, aqui exploramos os sobreviventes de um dilúvio que destruiu a Atlântida, uma raça tecnologicamente superior às que habitavam a superfície na época em que o autor viveu, levando este livro para o campo da ficção científica que a maioria dos leitores identifica com o género.
Como na maior parte de livros de FC com uma certa idade, temos aqui uma excelente oportunidade de perceber como as gentes da altura viam o futuro, falando de tecnologias que se vieram a tornar reais (como as lâmpadas florescentes e a energia nuclear) e outras que acabaram por ser desacreditadas (como a existência do éter).
A história em si possui várias passagens bastante interessantes e descrições inspiradoras, fáceis de visualizar e entusiasmantes, mas penso que a característica que mais salta à vista é a sua estrutura incomum. A fase de preparação, ao contrário do que ocorre na maior parte dos livros do género (incluindo "O Mundo Perdido"), em que ocupa vários capítulos para preparar e entusiasmar o leitor para o resto da história, é aqui despachada em poucas páginas. Além disso, a história não é contada de uma só vez, com os capítulos finais contando situações e detalhando certos pormenores que são ignorados na primeira iteração.

Não sendo, a meu ver, uma leitura essencial, é um livro que se lê bastante bem, até porque não é muito longo. Se o encontrarem, como eu, numa qualquer feira do livro por 1€, sugiro que o comprem. Acho que vale a pena.

P.S. - Como nota final, gostaria aqui de referir a tradução da Argonauta, uma das piores que me lembro de ler. Curiosamente, o tradutor foi o mesmo de "O Mundo Perdido", cuja tradução era mais do que aceitável.

sábado, 5 de novembro de 2011

Doctor Who - Tooth and Claw (2006)


Este episódio de Doctor Who tem um significado especial para mim. Não foi o primeiro da série que vi (foi o terceiro), mas foi aquele que me conquistou e me fez fã. É verdade que, em retrospectiva, não é um dos melhores da série, nem um dos mais imaginativos. Na realidade, é uma história de lobisomens bastante vulgar, com o tradicional "twist" alienígena típico de Doctor Who. Porém, o ambiente está muito bem conseguido, assim como uso dos tropos e clichés deste género histórias (e conta com uma boa dose do humor que aprendemos a esperar desta série, que não se leva muito a sério). Penso que foi isto que me conquistou e me permitiu passar a olhar para o Doctor Who com outros olhos, tornando esta série que eu via com indiferença numa das minhas favoritas. Até já ando à procura dos dvds com os velhinhos episódios a preto e branco.

domingo, 16 de outubro de 2011

Pátria


Este é o primeiro livro da trilogia do Elfo Negro e a minha história favorita do Drizzt Do'Urden, o famoso elfo negro de R.A. Salvatore.

Aqui encontramos as características usuais da escrita de Salvatore, como as suas intrincadas e detalhadas descrições das batalhas, mas existem dois pormenores em particular que, na minha opinião, elevam este livro acima dos restantes que li da saga. Primeiro, as descrições fabulosas da cidade mãe de Drizzt, Menzoberranzan, e a sociedade que nela habita. Tendo sido este o romance que definiu a raça dos elfos negros nos Forgotten Realms, é aqui que mais se nota a verdadeira imaginação do autor, pois, que me lembre ou conheça, em mais nenhum dos seus livros teve que criar algo tão complexo de raiz como isto. Segundo, e de especial interesse para mim, o conflito interno de Drizzt, que se tenta constantemente convencer que a raça a que pertence não é intrinsecamente má, mas apenas um produto da sua história e do ambiente em que vivem. É nestas passagens que se percebe exactamente de onde vem a personalidade do Drizzt que conhecemos nos livros publicados anteriormente (mas posteriores na cronologia da saga).

Se apenas poderem ler uma das histórias de Drizzt Do'Urden, que seja esta. Não se arrependerão, garanto.

Este livro foi publicado em Portugal no ano passado pela Saída de Emergência. Procurem esta capa nas livraria.

sábado, 8 de outubro de 2011

Deadliest Warrior


Um "documentário" de entretenimento (com grande ênfase neste último componente) criado para responder às preces de todos os geeks de história militar. Em cada episódio,  guerreiros de épocas e locais diferentes enfrentam-se para determinar qual será o melhor. Os dados usados na simulação são obtidos a partir de testes executados às armas que ambos usavam (se bem que, na última época, outros factores também são levados em conta). No geral, este programa tem diversos problemas: as escolhas das armas e dos oponentes são muitas vezes discutíveis, os conhecimentos dos especialistas chamados para representar cada guerreiro são dúbios e a validade científica dos testes é, na melhor das hipóteses, reduzida. Felizmente, nem tudo é mal. A contextualização histórica feita pelo narrador é, geralmente, correcta, e o programa também é uma boa forma de conhecer novos guerreiros, culturas e armas. Também nos mostra uma maneira como estas últimas podem ser usadas, bastante interessante para quem apenas leu sobre elas e nunca as viu em acção. Por outro lado, do ponto de vista do entretenimento, há algo de viciante no Deadliest Warrior.

 Infelizmente, que eu saiba, nenhum canal em Portugal está a transmitir este programa e também não existe uma versão em DVD da zona 2. Resta-nos o download ou youtube. Nem todos conseguirão superar as inúmeras falhas históricas e até lógicas do Deadliest Warrior, mas dêem-lhe uma hipóteses. Pode ser que fiquem viciados.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Fell Cargo


Este foi o primeiro livro que li de Dan Abnett, geralmente considerado o melhor autor da Black Library, passado no mundo de Warhammer. Trata-se de uma história de piratas típica, com o tropos e clichés que estamos habituados a associar ao género, combinado com vários elementos sobrenaturais (temos vampiros, zombies, múmias e magia, entre outros). Existem certas semelhanças com o franchise Piratas das Caraíbas, embora esta história seja anterior, já que foi originalmente serializada na agora mais que defunta revista Inferno!. E é neste último facto que se encontra o principal ponto forte deste livro. Os capítulos, cada um correspondente ao texto publicado em cada revista, são curtos e, como acontece a em todos os bons seriais, deixam uma imensa vontade de continuar a ler. Não tendo que esperar dois meses pela continuação, acabamos por perder a noção do tempo (comecei a lê-lo às dez da noite e quando reparei eram quatro da manhã). Não sendo particularmente original nem  imprevisível (se bem que devo confessar que a espera para chegar a eventos que eu já sei que vão acontecer é das coisas que me dá mais prazer numa história) o estilo de escrita de Dan Abnett consegue entusiasmar e ajuda-nos ma superar esta viagem por terrenos mais ou menos conhecidos. Na minha opinião, este livro não é tão bom como a sua série Gaunt's Ghosts ou a trilogia Eisenhorn do universos Warhammer 40k, mas ainda assim merece uma leitura.

Se estiverem com vontade de ler uma história de piratas num mundo de fantasia, peguem neste romance. Não acredito que se venham a arrepender.

sábado, 27 de agosto de 2011

O Quinto Elemento (1997)


Já alguma vez vos aconteceu gostarem de um filme, mas não perceberem porquê? É o que me acontece com "O Quinto Elemento". Já vi o original dezenas de vezes e duas dobragens em línguas diferentes e consegue sempre ser uma experiência divertida.
O argumento não é nada de especial, aliás é bastante "standard" para este tipo de filmes, e o mesmo pode ser dito de quase todos os restantes elementos da produção. Mas não sei se é pelo humor, se pelo papel completamente "over the top" do Gary Oldman, se pela nostalgia que trás a combinação de inúmeros clichés e tropos dos filmes de acção, se por todas esta razões juntas, O Quinto Elemento consegue sempre cativar-me de uma forma que poucos filmes do género feitos nesta época conseguem.

O filme tem passado muitas vezes no Canal Hollywood ultimamente. Vejam quando o apanharem e digam-me se eu tenho ou não razão...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fragmento de Cristal


Este livro tem um especial significado para mim, pois foi o primeiro livro de fantasia que li em inglês, já há mais de uma década atrás. Foi ele que me levou à leitura de muitos outros livros de fantasia, tanto dentro como fora do universo do Forgotten Realms, e não será exagero dizer que abriu um novo capítulo na minha vida.

Fragmento de Cristal foi o primeiro livro com Drizzt como personagem principal escrito por R.A. Salvatore (mas não o primeiro na cronologia da personagem) e o primeiro publicado por este autor, pelo que sofre de muitos dos defeitos típicos de uma primeira obra. Porém, não deixa de ser uma interessantíssima leitura, provavelmente uma das melhores na fantasia de aventura. Todas as personagens são tridimensionais, com os seus defeitos e virtudes. Obviamente que a Drizzt, o protagonista, é dado um maior relevo que às restantes (com a possível excepção de Wulfgar), mas estas últimas já começam a mostrar um pouco da personalidade que será mais plenamente revelada nos livros seguintes.
Uma das qualidades normalmente atribuídas à escrita de Salvatore, as batalhas extremamente detalhadas, está aqui bem presente. Contudo, não é só a descrição em si que torna a leitura destas sequências interessantes, mas também as situações escolhidas. As batalhas contra gigantes, ogres e até um dragão são capazes de entusiasmar qualquer leitor, independentemente da idade e experiências, capazes de se abrir à experiência.
A história, por seu lado, superficialmente semelhante à tradicional luta contra o senhor do mal, tem reviravoltas e desconstruções suficientes para manter o interesse mesmo dos leitores já fartos deste mais que batido tipo de confronto.

Não posso dizer que este seja o meu livro favorito do Drizzt (embora esteja no Top 5), mas é uma história essencial na cronologia desta que é uma das personagens mais famosas da fantasia épica actual e merece ser lido por qualquer fã do género.

Fragmento de Cristal foi recentemente publicado em Portugal pela Saída da Emergência. Procurem esta capa na vossa livraria de eleição.

sábado, 6 de agosto de 2011

A Companhia Negra


Este foi o primeiro livro que Glen Cook escreveu sobre a companhia negra, no agora distante ano de 1984. Quando comecei a lê-lo, a primeiro impressão com que fiquei foi de que estava a ler um dos livros da antiga colecção da Europa-América Guerra e Espionagem, e vim mais tarde a descobrir que tal era intencional.
Esta é uma história com uma moralidade bastante cinzenta. Os "heróis" (os membros da companhia) trabalham para o império da senhora negra, e fazem o que necessitam fazer para sobreviver e serem pagos. A maior parte dos vilões têm um lado humano, e a própria senhora negra parece não ser tão má como quer dar a perceber. Por fim, os rebeldes que combatem contra o império não são muito melhores que os vilões.
A história em si é das mais cativantes que me lembro de ler, com algumas reviravoltas e twists interessantes e bem conseguidas, personagens memoráveis (uma das quais morre nos primeiro capítulos, porque, aqui, qualquer um pode morrer) e um narrador pouco fiável (croaker, o doutor e historiador da companhia). Existem diversas cenas fantásticas, como a emboscada na floresta, ou os vários assassinatos contra os lideres dos rebeldes, ou a batalha final, para nomear apenas algumas.

Lembro-me de ler uma crítica de Jeff VanderMeer numa Realms of Fantasy antiga onde ele dizia que, apesar de Glen Cook não ser dos autores de fantasia mais conhecidos, influenciou muitos dos autores que trabalham actualmente no género. Depois de ler este primeiro livro da companhia negra (e os dois que lhe seguem) não tenho quaisquer dúvidas de que isso é verdade.

Podem comprar este livro em conjunto com os dois seguintes no omnibus mostrado abaixo. Encontram-no aqui, na Amazon UK.

sábado, 30 de julho de 2011

Shining Force II


Um velhinho RPG para a Mega Drive, que eu só joguei anos depois de sair e num emulador (nunca tive uma consola de jogos). Apesar da história ser a standard neste tipo de jogos (com uma ou outra pequena variação) e ter personagens bastante vulgares (já para não falar na tradução para inglês, que não era propriamente a ideal) tinha um ambiente e uma mecânica de jogo interessantíssima. A ideia de promover os soldados quando chegam a um certo nível (algo semelhante à ideia de evoluir dos jogos de pokémon) impelia-nos a continuar a jogar nos momentos em que a história não o conseguia fazer. Outra ideia interessante era a da base da shining force que aparece a partir de certo tempo de jogo, que por alguma razão me entusiasmava imenso.

Se nunca jogaram o jogo e precisam de matar algumas horas nestas férias, saquem um emulador e este jogo. Ou, melhor ainda, comprem uma Mega Drive Portable e levem o jogo para a praia ;)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Convidado de Drácula e Outras Histórias


Ano passado, lembrei-me de reler outro clássico da minha juventude: Drácula. Por coincidência, encontrei o livro mostrado em cima, que, para além do romance clássico de Bram Stoker, trazia também vários contos da sua autoria (incluindo quatro nunca antes publicados).
A história que dá nome a esta antologia "extra", "Dracula's Guest" é uma história interessante, com o mesmo estilo e espírito do romance original. Dizem que que foi um capítulo cortado do início de "Dracula", mas se isso é verdade, teria sido de uma versão mais antiga do romance, pois não se liga a este de forma muito óbvia. Também não é o meu conto favorito do conjunto.
Apreciei muito mais, por exemplo, a história de fantasmas "Judge's House", tradicional e interessante, ou a tragédia "The Coming of Abel Behenna", com um final capaz de chocar qualquer pessoa, ou o curioso "A Dream of Red Hands", com uma resolução muito bem pensada. Os restantes não serão merecedores de destaque, mas o único que me pareceu realmente fraco foi o "Chain of Destiny".


Se virem este livro na fnac, não deixem de o comprar. Por menos de 5€, é quase obrigatório.

sábado, 23 de julho de 2011

Doctor Who - Blink (2007)


Apesar de ser um episódio "Doctor Light", este é um dos melhores de sempre. Escrito pelo "The Moff" (Steven Moffat, actual escritor principal da série e um dos melhores autores para tv da actualidade) venceu um prémio Hugo, e com razão. É um dos mais assustadores episódios da série (senão o mais assustador) e também um dos mais bem escritos e pensados. Os "inimigos da semana" são uns dos mais interessantes que já vi em tv, o que é um grande elogio já que, ao fim de contas, são estátuas (que se movem quando não são observadas e "matam" os adversários mandando-os para o passado e deixando a passagem do tempo fazer o trabalho sujo). Mas sem dúvida que o ponto mais forte é o desenvolvimento da história, a forma como vamos recebendo as pistas, como coisas que à primeira vista não fazem sentido vão sendo explicadas e como, no fim, tudo se junta para nos entregar um final mais que satisfatório.

Recomendo fortemente que vejam este episódio, sejam fãs da série ou não, se bem que ficam avisados que não está livre da "campiness"  típica de Doctor Who (que nem todos estão preparados para aceitar). Ao fim e ao cabo, mesmo no seu melhor, Doctor Who não é Battlestar Galactica (se é isso é bom, mau ou indiferente deixo que cada um decida).

quarta-feira, 20 de julho de 2011

The Cold Hand of Betrayal (antologia)


Este foi o primeiro livro que comprei da Black Library (editora que apenas publica tie-ins dos universos da Games Workshop) e cativou-me de tal forma que acabei por comprar vários outros livros desta editora. Sendo fã do jogo de miniaturas há mais de uma década, eu já conhecia o universo de Warhammer, mas a antologia deu-me uma visão do mundo e das personagens que nele habitam que os livros de exército nunca conseguiriam captar. Por outro lado, este é o primeiro da editora sobre o qual escrevo aqui porque penso que também será uma excelente introdução para os não iniciados começarem a sua leitura. Em particular, o conto "Small Mercy" consegue capturar em poucas páginas o espírito de todo este mundo, e recomendo que seja a vossa primeira leitura. Além deste, destaco também os contos "Son of the Empire", que tem uma "twist" interessantíssima a meio, e o "Kinstrife", que ilustra aquilo do que as pessoas são capazes quando lhes matam alguém próximo.
Outra característica interessante desta antologia é que nenhum conto acaba propriamente bem. Com ou sem twists, todos os protagonistas acabam pior do que começaram.

Não se deixem levar pelos preconceitos habituais contra livros tie-in de jogos e procurem este. Garanto-vos que não será o último da Black Library que comprarão.

sábado, 16 de julho de 2011

O Santo (1962-1969)


Juntamente com a "The Avengers" esta é uma das séries britânicas mais conhecidas no nosso país. E por uma boa razão.
Obviamente, não vi a série quando foi cá transmitida originalmente, pois ainda não tinha nascido. Só a apanhei na década passada, em reposições na RTP Memória. Mas vale bem a pena ver. Na minha opinião, Roger Moore está melhor nesta série que em qualquer um dos filmes do James Bond (e não só) em que eu o vi. Quase parece ter nascido para desempenhar o papel do Simon Templar (a personagem principal). No geral, as histórias são interessantes e o preto e branco amplia o charme de toda a série (nas primeiras épocas, pelo menos. A série passou a ser filmada a cores a partir da 5ª época). Outro elemento notável é o aspecto estilizado de toda a série, devido ao facto de ter sido filmada quase exclusivamente em estúdio. Um episódio passado na Escócia é especialmente memorável devido a isto.

Se tiverem a oportunidade, recomendo que vejam O Santo. Ultrapassem os preconceitos que existem actualmente sobre séries antigas a preto e branco. Vão ver que não se arrependem.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Mundo Perdido


Um clássico da literatura fantástica, "O Mundo Perdido" é a primeira história do prof. Challenger. Apesar de não ser tão famoso como uma certa outra personagem do mesmo autor, diz-se que Conan Doyle gostava mais do irascível professor era o seu favorito. Não é complicado perceber porquê. Já quando era miúdo e li este livro pela primeira vez a caracterização da personagem me atraiu bastante, em especial as constantes discussões com o professor Summerlee.
A história em si está cheia de descrições excelentes (as descrições do que os quatro aventureiros vêem durante a viagem pela selva amazónica é particularmente interessante) e locais fenomenais (locais como pântano dos peterodáctilos ficarão para sempre na minha memória) e termina num twist que, embora não seja totalmente inesperado, foge um pouco ao tradicional final feliz.
O livro está recheado de pequenos factos científicos, apesar de, em algumas instâncias, particularmente no que diz respeito à descrição da vida pré-histórica, se encontrarem condicionados pelos conhecimentos da época. Isto, por outro lado, dá-nos hoje uma interessante visão de como a Ciência e os homens viam o mundo há cem anos atrás.

É um livro que gostei de ler em miúdo e gostei ainda mais de reler em adulto. Entretanto, já tenho mais dois livros de Conan Doyle há espera de serem lidos: "The Maracot Deep" (aka "O Mundo Perdido Debaixo do Mar") e "O Dia em que Mundo Gritou" (que inclui os contos "O Dia em que o Mundo Gritou" e " A Máquina de Desintegração" mais a noveleta "Cinturas Venenosas"). Espero que me dêem tanto prazer como este livro.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Zeerust ou o Futuro Antiquado

Aqui ficam algumas imagens que encontrei neste site enquanto procurava inspiração para um conto a submeter à antologia Lisboa Electropunk

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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dracula (1931)


Baseado numa peça de 1924, este é o clássico dos clássicos no que diz respeito aos filmes do drácula, tendo sido o primeiro autorizado pela viúva de Stoker.
Filmado nos primórdios da era do som, ainda se notam vários tiques do cinema mudo (em especial os gestos e expressões exageradas), mas não é por isso que deixa de merecer ser visto. O ambiente, especialmente nas primeiras duas partes, está muito bem conseguido e o desempenho de Dwight Frye como Renfield consegue convencer-nos da loucura do personagem. Mas é Bella Lugosi quem rouba todo o protagonismo. A sua presença e forma de representar é de tal forma marcante que nos consegue fazer levar a sério o seu sotaque húngaro, mesmo após o termos visto imitado e parodiado inúmeras vezes ao longo dos anos.

Apesar de se afastar bastante do livro de Stoker, merece ser visto por todos os fãs de vampiros e fantástico. Este filme (juntamente com o Nosferatu de 1922) influenciou mais o mito do vampiro como o conhecemos do que o livro em que é baseado (ou, já agora, que o "The Vampyre" de Polidori ou o "Varney the Vampire" de Rymer/Prest).


Uma Curiosidade - Existe uma versão em espanhol deste filme, filmada com outros actores, mas na mesma altura e no mesmo estúdio, que é por vezes considerada superior a esta, já que era filmada durante a noite e a equipa podia ver e corrigir os erros feitos durante o dia, no filme principal.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Turno da Noite


Para tentar perceber exactamente o que se pretende para este concurso, decidi ler este conto de João Barreiros e confesso que me agradou bastante. Dos poucos contos que li deste autor é, sem dúvidas, o meu favorito. De facto, desde "O Caderno de Pursewarden" de João Bengelsdorff, incluído na Bang n.º 2, que nenhum conto de um autor português publicado nesta revista me entusiasma tanto.
Toda a história tem um certo "feel" da FC de Verne, de que sou fã desde que me lembro, ao que é acrescentada uma mescla muito interessante entre a ciência e o sobrenatural.  A sociedade criada para esta Lisboa alternativa é distópica e, em vários pontos, faz lembrar um Metropolis de Fritz Lang. Mas, sem dúvida, o que mais me agradou foram as descrições do funcionamento dos vários elementos tecnológicos, que, excepto no princípio do conto, fluem sem interromper a acção.

Vou, com certeza, enviar um conto para esta antologia, que mais não seja pelo gozo que me vai dar planear, pesquisar e escrever uma história nesta Lisboa que não foi nem nunca será.

P.S. - A imagem acima foi retirada do Memórias da Ficção Cientifica

domingo, 19 de junho de 2011

A Guerra dos Mundos (1953) - O meu primeiro filme de fc


É provável que tenha visto filmes de fc antes, mas este é o primeiro de que me recordo. Foi num fim de tarde de Verão, mais ou menos por esta altura, no rés-do-chão da casa dos meus pais, que na altura era muita escura, pois não tinha janelas, numa velha televisão a preto e branco. Era muito novo, acho que ainda nem andava na escola, e fiquei aterrorizado. A própria ideia da invasão, as naves invulneráveis, a cena em que mostravam como os marcianos nos viam, o marciano morto a cair da nave, tudo isto me deixou várias noites sem dormir.

Voltei a ver o filme anos depois, já a cores. Claro que não me pareceu tão assustador, mas um novo elemento chamou-me à atenção: as naves que substituíram os tripodes originais, que são incrivelmente realistas para a altura. Eu diria que, até certo ponto, são icónicas da fc da época.

É um filme que hei-de rever não tarda e recomendo a todos que nunca o viram que o façam. Acreditem, adaptações mais recentes (em particular a do Spielberg) vão fazer um pouco mais de sentido.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Hora do Dragão


"Hour of the Dragon" é, sem dúvida, a minha história favorita do Conan. Um grupo de rivais tenta depor Conan do trono de Aquilonia e, para esse fim, despertam o ancestral necromante Xaltotun. Depois de uma batalha inicial em que as suas forças são derrotadas, Conan parte numa enorme aventura para descobrir o único artefacto capaz de enviar Xaltotun de volta para a campa, o Coração de Ahriman. É incrível a quantidade de ambientes pela qual o nosso bárbaro favorito passa, as aventuras que vive, os monstros que derrota e as situações porque passa. Acreditem, acontece mais nestas duzentas e poucas páginas que em muitas sagas de fantasia com dez livros. E, ainda mais surpreendente, em nenhum momento senti que a história estava a ser apressada. Tudo se passa ao ritmo certo.

Não sei se nos livros do Conan publicados pela Saída de Emergência se pode encontrar esta história, pois eu li a versão do fantasy masterworks, vista acima, e que inclui muitos outros contos (já agora, também recomendo a "The Phoenix on the Sword"), mas merece ser lida por todos os fãs de fantasia, especialmente os amantes de sword and sorcery.

E, ao falar desta novela, não posso deixar de vos mostrar a incrível figura do Xaltotun criada pela Macfarlane's Toys.

domingo, 5 de junho de 2011

A Espada de Welleran


Lord Dusany é um nome incontornável da fantasia mundial. E este é o conto dele que mais apreciei, pelo menos dos que li até ao momento. Fala-nos do poder dos mitos e das lendas e da influência que têm na vida dos homens. Como podem proteger ou destruir.
O ambiente é excelente. A descrição da cidade de Merimna, em especial as estátuas, cheias de simbolismo, é fenomenal. A maneira como a história da cidade e dos seus herois nos é relatada está muito bem conseguida. E tudo escrito naquele estilo etéreo típico de Dunsany, que muitos tentam imitar, mas poucos (ou nenhuns) conseguem.

Para ser honesto, gostei mais deste conto do que qualquer um dos que se encontram no Livro do Deslumbramento. Infelizmente, ainda não tive tempo de ler os restantes contos que acompanham a Espada de Welleran, mas, depois de ler este artigo, vou tentar reservar algum tempo para o fazer.

sábado, 4 de junho de 2011

High Plains Drifter (1973)


Este filme é uma espectacular desconstrução dos Westerns clássicos. As pessoas da aldeia não são corajosos pioneiros num terra inóspita, mas gente cobarde incapaz de se defender (e aos outros). A personagem principal é um anti-heroi, se não lhe podermos chamar de vilão (SPOILER: Pouco depois de chegar à aldeia assassina três pessoas sem grande razão para isso e viola uma mulher). Hoje em dia estes elementos podem não nos parecer nada de especial, mas na altura era, pelo menos, incomum. De facto, o John Wayne, depois de ler o guião (o Clint Eastwood tinha-o convidado a entrar no filme), enviou uma carta a queixar-se, entre outras coisas, que "the townspeople did not represent the true spirit of the American pioneer, the spirit that made America great".

Este filme com um certo aspecto de fantástico. De facto, existem várias hipóteses sobrenaturais para a identidade do Stranger.

É uma pena que, ao contrário do seu sucessor espiritual, o "Pale Rider", este filme raramente passe na tv. Merecia ser mais visto.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Morte do Super-Homem


Este fim-de-semana voltei a pegar neste romance gráfico (na realidade, uma colecção de histórias publicadas originalmente em revistas diferentes), um dos que marcaram a minha adolescência. Apesar de ser uma das histórias mais vendidas de todos os tempos (provavelmente devido à sua exposição mediática. Lembro-me de a notícia da morte do super-homem aparecer no telejornal da rtp1) não é particularmente original nem elaborada. Mas entusiasma, e não devido à morte de um dos herois mais exageradamente poderosos de sempre. É a forma como está escrita que nos prende. Aquela sensação de ameaça crescente conforme o Doomsday abre caminho em direcção a Metropolis, derrotando toda a Liga da Justiça como se nada fosse. A forma como o Homem de Aço, geralmente visto como praticamente invulnerável, luta pela própria vida. E o culminar da história, a fantástica batalha final em frente ao Daily Planet.

Pegar nesta história deu-me vontade de reler uma outra escrita mais ou menos na mesma altura, pela mesma razão (i.e. tirar proveito dos especuladores e coleccionadores com parcos conhecimentos de BD e que achavam que o fim dos herois era mesmo definitivo), a queda do Batman, Knightfall.

domingo, 29 de maio de 2011

Os Dois Livros Mais Antigos que Possuo

Comprei estes livros há coisa de um mês, na Feira do Livro de Braga, por dois euros cada um (são duas partes do mesmo livro).

Miguel Strogoff


Segundo o vendedor, são da primeira colecção portuguesa de Júlio Verne. Não duvido, a julgar pela data de publicação...

Miguel Strogoff

...pelo facto dos preços dos livros da colecção ainda virem em Reis...

Miguel Strogoff

...e pelo português pré acordo (pré QUALQUER acordo).

Miguel Strogoff

Algumas das ilustrações são magníficas.

Miguel Strogoff

Fica agora a dúvida se leia estes livros ou se compre uma edição mais recente para ler. Tenho um certo medo que eles se desfaçam nas minhas mãos...