segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Opinião sobre o Almanaque Steampunk 2012


No blog jakolta podem encontrar uma opinião detalhada sobre os vários textos do Almanaque Streampunk 2012, incluindo o meu intitulado "Portugal e o Mundo Interior".

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Forum Fantástico 2012

O Fórum Fantástico 2012 começa na próxima sexta feira. Podem encontrar o programa aqui.

Infelizmente, ainda não será este que terei a oportunidade de lá. Porém, no sábado, serão apresentados dois projectos que incluem textos meus.

O primeiro é o "Almanaque Steampunk 2012", lançado em Setembro na Euro Steam Con do Porto, onde se inclui o meu texto "Portugal e o Mundo Interior".


O segundo é a antologia "Lisboa no Ano 2000" organizada por João Barreiros, e onde poderão encontrar o meu conto "Fuga".


Se forem mais sortudos do que eu e poderem aparecer no evento, não hesitem.

sábado, 3 de novembro de 2012

O Poder (cultural) do Metal

Quando se fala de metal (o género musical, entenda-se) o que vem à mente da maioria das pessoas é o Glam Metal dos anos oitenta ou a imagem de cabeludos vestidos de negro a propagar ideais satânicos (ou talvez uma ou outra banda da vaga de nü metal da viragem do milénio). Porém, esta é uma imagem extremamente redutora do género. O metal é um género musical vastíssimo, quer a nível temático, quer a nível da sonoridade, e que contribui grandemente para a cultura geral do ouvinte.

Pensemos, por exemplo, em quantas pessoas nunca teriam ouvido falar na Batalha de Wizna se não fosse a música 40:1 dos Sabaton, ou na de Paschendale se não fosse a música homónima dos Iron Maiden, ou até nas viagens dos vikings pela europa oriental se não fosse o álbum dos Turisas "Varangian Way". A quantas pessoas não terão estas (e muitas outras músicas) despertado um interesse pela história?
Enquanto a história, em especial a vertente bélica, é uma temática popular, o metal não se fica por aí. As referências literárias são também bastante comuns, de Tolkien e Lovecraft a Dickens e Shakspeare, encontramos um pouco de tudo. Iron Maiden, Blind Guardian, Battlelore, Bal Sagoth e Nightwish são apenas algumas das muitas bandas que fazem referência á literatura ou foram claramente influenciados por ela. Como escreveu Fernando Ribeiro (vocalista dos Moonspell) na revista Bang! n.º11 "... os [Iron] Maiden tiveram o condão de pôr milhares a saber de cor extensas partes deste poema [The rhyme of the ancient mariner], conseguindo, pelo talento do seu metal, o que a maior parte dos programas absurdos de educação, pensada por tecnocratas durante férias caribenhas pagas pelos contribuintes, não conseguiram".
Nem mesmo os escândalos políticos e económicos escapam às bandas de metal, como prova a música "Be Quick or Be Dead" dos Iron Maiden, cuja letra nos fala de vários escândalos passados no início dos anos oitenta.
E estes são apenas alguns exemplos da inúmeras temáticas abordadas no género e que contribuem para a cultura geral do ouvinte. Existem muitos mais, desde a mitologia à crítica social, e basta fazer uma rápida busca na internet para os encontrar.

Mas não é só a nível lírico que o metal contribui para a cultura dos seus fãs, também o consegue a nível sonoro. O metal tem, à partida, e apesar de encontrar as suas raízes na música popular, nomeadamente no Rock and Roll, influências advindas da música clássica que qualquer pessoa com um ouvido mais ou menos apurado consegue descortinar. Porém, é tendência do metal se misturar com outros géneros musicais (e existem combinações de metal com praticamente tudo) que mais ajuda a alargar o horizonte musical dos ouvintes do género. Basta ler algumas entradas em certos forums na Internet para perceber que bandas de metal sinfónico como Rhapsody of Fire, Nightwish e Epica levaram várias pessoas à música clássica, e que bandas de folk metal como Cruachan, Finntroll e Elvenking fizeram o mesmo pela música celta, a polka e a música folk no geral. Novamente, estes são apenas alguns exemplo. Poderá ser dito algo semelhante de muitos outros géneros e bandas.

Em conclusão, o metal é um género musical muito mais rico do que a maior parte das pessoas parece pensar. E se compreendo que nem toda a gente goste da sua sonoridade agressiva, penso que é um erro crasso simplesmente relegá-lo ao estatuto de barulho sem qualquer valor cultural.