segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Balanço (da escrita) do ano

Hoje, 2012 chega ao fim. Olhando para trás, é com prazer que vejo que foi provavelmente o meu melhor ano de escrita.

Embora tenha recebido algumas rejeições (o que não é necessariamente mau), foi o ano em que mais textos meus foram publicados/aceites. No início do ano, vi publicada uma reedição de "O Último" (originalmente publicado em 2009) na há muito esperada antologia Vollüspa. Ainda no âmbito desse projecto, escrevi a vinheta "As Perguntas que Atormentavam Pavel Karelin" para ajudar na divulgação (já agora, decidi escolher esse nome como um pequeno tributo ao jovem atleta de saltos de esqui russo, Pavel Karelin, que morreu num acidente de viação aos 21 anos).
Também no início do ano, o meu micro-conto "Vida Nocturna" foi um dos dez (de entre 280) seleccionados para ser exposto no campus do IST no Taguspark. Foi também publicado na Revista Bang n.º 13, o meu primeiro texto a entrar nesta publicação que sigo desde o início.
Em Setembro, durante a Euro Steam Con do Porto, foi lançado o Almanaque Steampunk 2012, onde se inclui um agregado de notícias fictícias da minha autoria intitulado "Portugal e o Mundo Interior". Foi nesse evento que tive a minha primeira sessão de autógrafos, juntamente com os restantes autores do almanaque, uma experiência interessante, tornada ainda melhor pela oportunidade que tive de rever amigos e conhecer pessoas que ainda apenas tinha visto na iternet.
Cerca de dois meses mais tardes, no Forum Fantástico (ao qual, infelizmente, não consegui ir), foi lançada a antologia "Lisboa no Ano 2000 - Uma Antologia Assombrosa Sobre uma Cidade que Nunca Existiu", onde se inclui um outro conto meu intitulado "Fuga", embora o livro só chegue às livrarias no início do próximo ano.
Também para o início de 2013 está planeado o lançamento da Fénix Fanzine n.º 2, onde, mais uma vez, vão poder encontrar um conto meu, o "Uma Demanda Literária".

Mas não foi só em termos que publicações que o ano que hoje termina foi um dos melhores para a minha escrita. 2012 foi dos anos em que mais escrevi. Para isto contribuiu o facto de eu ter encontrado a rotina de escrita mais apropriada para mim, que maximiza o uso das alturas do dia em que sou mais produtivo.

Gostaria, também, de referir que foi este o ano em que finalmente instalei o Linux na minha "Máquina de Escrever" (um computador que tenho aqui isolado do mundo que só uso para a escrita). Embora isso pouco contribua para a minha produtividade (bem sei que o interface livre de distracções do Gnome 3 e algumas funcionalidades do Libreoffice, como o autocomplete, me ajudam a escrever um pouco mais, mas acho que o efeito é mínimo) dá-me, como informático, um enorme prazer saber que praticamente só uso software livre em casa.

Depois deste pequeno balanço, resta-me apenas esperar que o ano de 2013 seja ainda melhor para a minha escrita e que esta chegue ainda mais alto. Daqui a um ano, aqui nos encontramos para ver se assim foi.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Doctor Who - A Christmas Carol (2010)


Vi pela primeira vez este episódio, o especial de Natal de 2010 do Doctor Who, no final do Verão e prometi a mim mesmo nessa altura revê-lo quando a época natalícia chegasse. Foi o que fiz, e desconfio que se juntará ao meu rol de tradições natalícias.

De todos os especiais de natal de todas as séries que já vi, este é provavelmente do que mais gostei. É praticamente impossível não nos sentirmos novamente uma criança durante estes 60 minutos passados à frente da televisão, tão maravilhosos são, mas mesmo se desligarmos a nossa criança interior continua a ser um episódio brilhante.

Como o próprio título indica, a história é baseada no clássico de Dickens, cuja estrutura se adapta particularmente bem ao Doctor Who devido ao uso de viagens no tempo, e encontra-se extremamente bem contada, mostrando uma vez mais porque Steven Moffat é considerado um dos melhores escritores para televisão da actualidade. Todo o ambiente é bastante imaginativo, até para os padrões do Doctor Who. As prestações dos actores é competente, até a da inexperiente Katherine Jenkins, mas o veterano Michael Gambon destaca-se e o seu  Kazran Sardick é uma das memoráveis personagens de todo o Doctor Who. A banda sonora é excelente, melhor que a de uma boa parte dos filmes que têm passado nos cinemas, e o mesmo pode ser dito da cenografia, da cinematografia e dos efeitos especiais.

É um episódio que merece ser visto por todos os fãs da série, e acredito que poderá impressionar até os não fãs. Recomendo-o vivamente.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Opinião sobre o Almanaque Steampunk 2012


No blog jakolta podem encontrar uma opinião detalhada sobre os vários textos do Almanaque Streampunk 2012, incluindo o meu intitulado "Portugal e o Mundo Interior".

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Forum Fantástico 2012

O Fórum Fantástico 2012 começa na próxima sexta feira. Podem encontrar o programa aqui.

Infelizmente, ainda não será este que terei a oportunidade de lá. Porém, no sábado, serão apresentados dois projectos que incluem textos meus.

O primeiro é o "Almanaque Steampunk 2012", lançado em Setembro na Euro Steam Con do Porto, onde se inclui o meu texto "Portugal e o Mundo Interior".


O segundo é a antologia "Lisboa no Ano 2000" organizada por João Barreiros, e onde poderão encontrar o meu conto "Fuga".


Se forem mais sortudos do que eu e poderem aparecer no evento, não hesitem.

sábado, 3 de novembro de 2012

O Poder (cultural) do Metal

Quando se fala de metal (o género musical, entenda-se) o que vem à mente da maioria das pessoas é o Glam Metal dos anos oitenta ou a imagem de cabeludos vestidos de negro a propagar ideais satânicos (ou talvez uma ou outra banda da vaga de nü metal da viragem do milénio). Porém, esta é uma imagem extremamente redutora do género. O metal é um género musical vastíssimo, quer a nível temático, quer a nível da sonoridade, e que contribui grandemente para a cultura geral do ouvinte.

Pensemos, por exemplo, em quantas pessoas nunca teriam ouvido falar na Batalha de Wizna se não fosse a música 40:1 dos Sabaton, ou na de Paschendale se não fosse a música homónima dos Iron Maiden, ou até nas viagens dos vikings pela europa oriental se não fosse o álbum dos Turisas "Varangian Way". A quantas pessoas não terão estas (e muitas outras músicas) despertado um interesse pela história?
Enquanto a história, em especial a vertente bélica, é uma temática popular, o metal não se fica por aí. As referências literárias são também bastante comuns, de Tolkien e Lovecraft a Dickens e Shakspeare, encontramos um pouco de tudo. Iron Maiden, Blind Guardian, Battlelore, Bal Sagoth e Nightwish são apenas algumas das muitas bandas que fazem referência á literatura ou foram claramente influenciados por ela. Como escreveu Fernando Ribeiro (vocalista dos Moonspell) na revista Bang! n.º11 "... os [Iron] Maiden tiveram o condão de pôr milhares a saber de cor extensas partes deste poema [The rhyme of the ancient mariner], conseguindo, pelo talento do seu metal, o que a maior parte dos programas absurdos de educação, pensada por tecnocratas durante férias caribenhas pagas pelos contribuintes, não conseguiram".
Nem mesmo os escândalos políticos e económicos escapam às bandas de metal, como prova a música "Be Quick or Be Dead" dos Iron Maiden, cuja letra nos fala de vários escândalos passados no início dos anos oitenta.
E estes são apenas alguns exemplos da inúmeras temáticas abordadas no género e que contribuem para a cultura geral do ouvinte. Existem muitos mais, desde a mitologia à crítica social, e basta fazer uma rápida busca na internet para os encontrar.

Mas não é só a nível lírico que o metal contribui para a cultura dos seus fãs, também o consegue a nível sonoro. O metal tem, à partida, e apesar de encontrar as suas raízes na música popular, nomeadamente no Rock and Roll, influências advindas da música clássica que qualquer pessoa com um ouvido mais ou menos apurado consegue descortinar. Porém, é tendência do metal se misturar com outros géneros musicais (e existem combinações de metal com praticamente tudo) que mais ajuda a alargar o horizonte musical dos ouvintes do género. Basta ler algumas entradas em certos forums na Internet para perceber que bandas de metal sinfónico como Rhapsody of Fire, Nightwish e Epica levaram várias pessoas à música clássica, e que bandas de folk metal como Cruachan, Finntroll e Elvenking fizeram o mesmo pela música celta, a polka e a música folk no geral. Novamente, estes são apenas alguns exemplo. Poderá ser dito algo semelhante de muitos outros géneros e bandas.

Em conclusão, o metal é um género musical muito mais rico do que a maior parte das pessoas parece pensar. E se compreendo que nem toda a gente goste da sua sonoridade agressiva, penso que é um erro crasso simplesmente relegá-lo ao estatuto de barulho sem qualquer valor cultural.

sábado, 13 de outubro de 2012

A Rosa Branca


Este é o terceiro livro da série da companhia negra e o último dos Livros do Norte. Aqui, tramas que se haviam antes tocado cruzam-se por fim, amigos reencontram-se, a história do que se passou para dar origem aos acontecimentos do primeiro livro é explicada e a "vilã" mostra que não é bem aquilo por que se tenta fazer passar.

Neste livro, mantêm-se os elementos característicos da série, sendo o mais notável o estilo narrativo e de escrita que se assemelha mais ao de um romance militar (não consegui deixar, em algumas passagens, de recordar os livros da colecção de Guerra e Espionagem da Europa América) que ao de um romance de fantasia. Mantém-se, também, a natureza cinzenta do mundo em que se passa história.

Penso que este será o livro mais imaginativo dos Livros do Norte, em particular nas passagens que descrevem as Planícies do Medo e as descrições de algumas das batalhas, que, usando apenas elementos da literatura de fantasia, nos conseguem remeter para a Guerra do Vietname. O final também merece destaque devido ao seu impacto emocional, talvez um dos mais fortes que me lembro de ler no género.

No geral, é um livro bem escrito e entusiasmante, onde se percebe perfeitamente porque Glen Cook, apesar da sua relativa obscuridade, é considerado um dos principais percursores da fantasia moderna. Recomendo vivamente a leitura deste livro (e dos restantes da série) a todos os fãs do género.

sábado, 6 de outubro de 2012

"Ascending to Infinity" - Luca Turilli's Rhapsody


Faz agora aproximadamente um ano que os fãs da banda de power metal sinfónico Rhapsody of Fire receberam a (à primeira vista má) notícia da separação da banda.

Este é o primeiro álbum da banda formada por Luca Turilli após a separação,  Luca Turilli's Rapsody, e é com prazer que digo que não desilude os fãs. O lado sinfónico da banda e a clara influência das bandas sonoras cinematográficas não desapareceu, aliás, atrevo-me a dizer que são mais bombásticas e estão mais presentes do que nunca. As letras das músicas ainda estão recheadas de ficção especulativa. Até a voz de Alessandro Conti se aproxima à de Fabio Leone. E o álbum está cheio de músicas memoráveis, da "Dark Fate of Atlantis" à épica "Of Michael the Archangel and Lucifer's Fall".

Há, porém, diferenças em relação à sonoridade dos albums anteriores do Rhapsody of Fire, sendo a mais notável o quase total desaparecimento das influências barrocas, mas acho-o perfeitamente perdoável frente ao reforço do elemento sinfónico.

Espero, agora, com ansiedade a chegada do novo album dos Rhapsody of Fire (agora encabeçados apenas por Alex Staropoli) para confirmar que só não perdemos a banda Rhapsody, mas afinal até ganhamos duas.



domingo, 23 de setembro de 2012

Programação Euro Steam Con


Já foi divulgado o programa da Euro Steam Con do Porto. A menos que haja algum grande imprevisto, estarei presente na sessão de autógrafos do Almanaque Steampunk (que inclui um texto meu).

sábado, 15 de setembro de 2012

Texto da Minha Autoria no Almanaque Steampunk

O texto da minha autoria intitulado "Portugal e o Mundo Interior" vai ser publicado no Almanaque Steampunk. O lançamento será no dia 29 de Setembro, na Euro Steam Con do Porto. Podem ver a lista de todos os autores do almanaque aqui.

domingo, 26 de agosto de 2012

Dragonlance - Dragões de um Crepúsculo de Outono


Dragões de um Crepúsculo de Outono é o primeiro livro de uma das mais conhecidas sagas de fantasia épica de todos os tempos: Dragonlance. Só esse facto já justificaria a sua leitura, mas devo confessar que é também uma das histórias mais divertidas e entusiasmantes que li e (como a muitas outras pessoas) marcou o período da vida em que o li e a minha visão do género.

Devo ressalvar que o livro não é particularmente original e ainda o será menos para um leitor actual, pois usa quase todos os tropos e clichés que associamos com o género (aqueles que não foram retirados de outras obras escritas anteriormente foram criados aqui). Mas é a forma como estes elementos são combinados que criam uma história entusiasmante e divertida, para além de apelar ao sentimento de nostalgia de todos aqueles que cresceram com o fantástico. Se levarmos em conta a sua origem (como um tie-in para um rpg de mesa), temos aqui uma obra bastante interessante que supera de longe a maior parte dos outros livros escritos com o mesmo propósito. Aliás, atrevo-me a dizer que é devido a esta sua origem que o mundo onde a narrativa se passa é tão credível e nos envolve com tanta facilidade (afinal, à partida, num mundo criado para um rpg precisamos de muitos mais detalhes do que num criado somente para uma obra literária).

Gostaria, também, de destacar as elegantes ilustrações no início de cada capítulo, que nos ajudam a imergir na história.

Um livro puramente escapista que nos transporta eficazmente para um outro mundo repleto de dragões, anões, elfos e inúmeras outras criaturas fantásticas. Recomendo-o vivamente aos (poucos) fãs de fantasia épica que ainda não o tenham lido.

sábado, 11 de agosto de 2012

Cheguei ao Google+

Agora também me podem seguir no Google+. O meu perfil encontra-se aqui.

O Cavaleiro das Trevas Renasce (2012)



Por várias e, aqui, irrelevantes razões, já há mais de um ano que não entrava numa sala de cinema. Porém, estou agradecido que me tenham convencido a quebrar esse período de jejum para ir ver este último episódio da trilogia do Batman de Nolam.

Pode não ter uma personagem tão memorável ou marcante como o Joker, mas ainda assim é o meu favorito dos três filmes (embora os outros dois não fiquem muito longe). A história, fora uma ou outra decisão mais discutível, está bem escrita e possui um fio condutor mais sólido que o do filme anterior, o que ajuda o público a sentir-se mais envolvido e faz com que as mudanças de acto (em especial a mudança do primeiro para o segundo) tenham um maior impacto emocional.  As interpretações são também interessantes, em especial a Catwoman de Hathaway e o Bane de Hardy (esta última uma das personagens mais memoráveis da série, mas que o consegue sem roubar todo o filme, como o Joker). Como competia ao filme que fecha a trilogia, este é o mais épico dos três, da história, à banda sonora, à escala de algumas cenas e até aos detalhes da cidade (vemos mais de Gotham no Cavaleiro das Trevas Renasce que nos outros dois filmes juntos).

Como não podia deixar de ser, existem aqui várias referências à banda desenhada, em particular às sagas "Knightfall" e "The Dark Knight Returns", até porque o guião incorpora elementos de ambos.

Este será, na minha opinião, um filme que agradará tantos a fãs da BD como a como a não fãs. Um dos filmes indispensáveis de 2012.

Mini-conto da Minha Autoria na Bang! n.º 13






A Bang! n.º 13, saída no início deste mês, inclui um mini-conto da minha autoria intitulado "Vida Nocturna", um dos dez selecionados no 4º Concurso de Mini-contos do IST Taguspark. A revista está disponível gratuitamente em qualquer loja Fnac.

Ainda mal comecei a ler a revista, mas parece estar cheia de material interessante. Posso, por enquanto, dizer que tem uma das minhas capas favoritas de todas as Bang! publicadas até ao momento (se não a minha favorita).

sábado, 4 de agosto de 2012

No Crepúsculo


O quinto conto no livro "A Espada de Welleran e Outras Histórias" e, infelizmente, um dos que menos gostei. Não que ache que esteja mal escrito, mas trata-se de uma história com laivos de surrealismo, género de que não sou fã, e que tornaram a história muito pouco cativante para mim. Uma pena, pois a ideia por detrás deste conto até me pareceu interessante.

Devo confessar que o estilo de escrita etéreo de Dunsany se adapta na perfeição a uma narrativa mais surrealista e adeptos do género irão certamente ficar agradados com esta história. Para mim, porém, é um dos contos mais dispensáveis do livro.

 "A Espada de Welleran e Outras Histórias" pode ser descarregado gratuitamente daqui

domingo, 29 de julho de 2012

Almanaque Bertrand 1927

A semana passada decidi enviar um texto para o Almanaque Steampunk. Para me inspirar, ontem comprei um exemplar do Almanaque Bertrand 1927. Deixo aqui algumas fotos. Talvez inspire outras pessoas que estejam a planear participar.








domingo, 22 de julho de 2012

A Guerra dos Tronos - Época 2 (2012)


Esta é a segunda da época de uma das séries de televisão mais antecipadas de todos os tempos e, no geral, não decepciona. Valores de produção elevadíssimos,  prestações memoráveis, efeitos especiais de fazer arregalar os olhos, escrita competente, cenários belíssimos e um final de época que, não sendo particularmente original, nos deixa ansiosos pela terceira época. A série entusiasma e transporta-nos eficazmente para o mundo de fantasia onde a acção decorre.

Infelizmente, os problemas de adaptação já presentes na primeira época são agora muito mais evidentes.

Por um lado, e especialmente nos primeiros episódios, o ritmo da história é lento ao ponto de se tornar inadmissível numa série de televisão. Não são raros os episódios em que temos mais de uma mão cheia de pontos de vista e em que a história, no geral, avança menos de um milímetro.

Por outro, temos várias personagens que precisavam de mais tempo de ecrã. Como podemos, por exemplo, sentir algum impacto emocional com a morte de Renly Baratheon se, durante toda a série, só o vimos durante pouco mais de vinte minutos? Como podemos simpatizar com a rainha Cersei quando a sua filha é levada para Dorne se só de passagem nos é mostrado que o Joffrey tem irmãos?

Muitos de vocês estarão agora a perguntar-se como é possível resolver ambos os problemas, como se pode explorar mais a fundo as personagens e dar-lhes mais tempo de ecrã e, ao mesmo tempo, melhorar o ritmo da história. Na minha opinião, não é possível, não numa série de televisão, e é esse o cerne da questão. Esta é uma história que funciona incrivelmente bem em livro, mas transportá-la para o ecrã eficazmente e sem falhas é uma tarefa simplesmente impossível.

Não se trata aqui do mero e usual queixume de "o livro é melhor que o filme/série", até porque é uma discussão que abomino. Tento apenas fazer a observação de que certas histórias, e a forma como são contadas, estão indissociavelmente ligadas ao meio em que foram originalmente criadas. Como eu disse na opinião que escrevi sobre a primeira época, esta série revela-nos o valor da literatura e como esta não pode ser substituída, pois por muito boa que "A Guerra dos Tronos" da HBO seja, não consegue rivalizar com os livros de George Martin simplesmente porque a televisão não é o meio mais adequado para contar a história.

Não me interpretem mal. Eu adorei a série (caso contrário não teria perdido tempo a vê-la até ao fim e muito menos a escrever aqui sobre ela) e os dvds da primeira época já vêm a caminho. Também não acho que seja uma má série (se bem que, devido aos problemas descritos acima, fica algo aquém de algumas das outras produções da HBO). Nem sequer sou capaz de dizer que é uma má adaptação. Quanto mais penso no assunto, acho que a melhor adaptação possível (ou perto disso). Mas o melhor possível não é suficiente. A série é uma sombra dos romances e nunca poderia ser mais do que isso.

sábado, 21 de julho de 2012

Conto da minha autoria na antologia Lisboa Electropunk

Já foram anunciados os autores seleccionados para a antologia, e eu encontro-me entre eles. Podem ver o anúncio aqui.

A antologia, cujo título final ainda não é conhecido, será lançada no final de Novembro, no Forum Fantástico.

domingo, 15 de julho de 2012

Fantástico na Rua


Uma rua que encontrei durante um passeio em Caminha. Já imaginaram o que é ter de dar esta morada a alguém?


sábado, 7 de julho de 2012

Os Salteadores


Este é o quarto conto do livro de Lord Dunsany "A Espada de Welleran e Outras Histórias" e um dos meus favoritos deste tomo. Nesta curta história, Dunsany, no seu estilo inconfundível, consegue invocar imagens bastante vividas na mente do leitor, criando um ambiente perfeito para a narrativa. Esta, embora simples, está bem escrita, pensada e estruturada, com várias cenas memoráveis (especialmente a inicial) e entusiasmantes e um final com uma boa dose de ironia. Recomendo vivamente a sua leitura.

Este conto, juntamente com o resto da antologia, pode ser encontrada no Projecto Gutenberg em vários formatos digitais.

sábado, 23 de junho de 2012

Final Liberation


Um dos muitos espectaculares jogos de estratégia por turnos criados pela (infelizmente defunta) SSI, Final Liberation foi o jogo que me deu a conhecer o universo sombrio de Warhammer 40,000. O aspecto vincadamente gótico-futurista deste universo era diferente de tudo o que eu havia visto até então e, juntamente com a sua história de fundo extremamente negra, marcou o meu imaginário até aos dias e hoje.

Em termos de jogo, temos uma enorme quantidade de unidades para comprar e controlar durante a campanha, constituída por cenários diversificados com vários tipos de ambiente. Contudo, e embora o jogo seja bastante interessante, divertido e viciante, o que verdadeiramente me fascinava nele era a biblioteca que incluía. Nela, descrevia-se com algum detalhe as várias facções e todas as unidades, um verdadeiro deleite para a minha mente de catorze anos.

Apesar de já ser um jogo antigo (saiu em 1997) ainda lhe pego naqueles raros dias em que não apetece fazer nada. Se estiverem curiosos, procurem-no na net. Não é muito difícil de encontrar.

 

domingo, 3 de junho de 2012

Fantasy & Co


Um novo projecto que pretende divulgar a literatura fantástica portuguesa. Podem encontrar o blog aqui.

A Jóia Encantada


Este é o terceiro livro da Trilogia das Planícies Geladas de R.A. Salvatore, onde somos levados para longe do frio do Norte para os desertos de Calimshan e o porto de Calimport. Aqui, não só temos a oportunidade de ver Drizzt e os seus companheiros num ambiente diferente do que fomos até aqui habituados, mas também visitamos a cidade de origem do halfling Regis e do arqui-inimigo de Drizzt, Artemis Entreri.

Na minha opinião, as interacções do assassino (e os seus pensamentos) num ambiente que lhe é familiar são a parte mais interessante de todo o livro. Algumas das cenas com Artemis Entreri são extremamente memoráveis, em especial as finais. Regis também desempenha um papel interessante, mas, de resto, este livro não é mais do que uma aventura tradicional de fantasia (o que não é necessariamente mal, até porque tem as fantásticas descrições de combate de Salvatore) onde são apresentadas algumas das personagens recorrentes da saga.
Calimport também merece algum destaque, pois está muito bem concebida. Sente-se mesmo que é um local perigoso, controlado pelo crime organizado.

É um livro que vale a pena ler para quem está a acompanhar a saga, mas não se encontra no meu top 5 de histórias do Drizzt, nem é, tampouco, uma leitura obrigatória para os apreciadores mais casuais.

"A Jóia Encantada" foi publicada em Portugal pela Saída de Emergência. Procurem esta capa na vossa livraria de eleição.


sábado, 2 de junho de 2012

Programa do colóquio sobre drácula e a literatura gótica já está disponível


Já está disponível o programa provisório do colóquio "Dracula and the Gothic in Literature, Pop Culture and the Arts" a decorrer no fim deste mês na Universidade do Minho. Podem encontrá-lo aqui.

sábado, 26 de maio de 2012

Conan, o Bárbaro (2011)


Foi com algum receio que comprei o dvd deste filme. Mesmo depois de o comprar, demorei quase dois meses a decidir investir o meu tempo a vê-lo. Felizmente, não dou esse tempo por perdido. Não que seja um bom filme. Mesmo dizer que é razoável parece-me um exagero. Contudo, penso que, em vários aspectos, é exactamente aquilo que devia ser.

Do filme do Conan de 1982 pouco tem. De facto, na minha opinião, o Conan de Jason Momoa está mais próximo do das histórias originais de Robert E. Howard que do Conan de Arnold Schwarzenegger ou daquele que aparece nas inúmeras adaptações para BD. Porém, as semelhanças ficam-se por aí, pois este filme não se baseia em nenhuma das histórias originais. De facto, o argumento não passa de uma história de fantasia genérica em que o protagonista se chama Conan mas se podia chamar qualquer outra coisa sem fazer nenhuma diferença.

Só quando posto lado a lado com as numerosas produções de "Sword and Sorcery" dos anos oitenta é que este filme mostra alguma valor (para aqueles demasiado jovens ou alheados da cena do cinema fantástico da altura, depois do sucesso do Conan o Bárbaro de 1982 surgiram inúmeros imitadores). Dessa perspectiva, temos tudo o que devíamos ter: vilões genéricos, feiticeiros malvados, uma demanda (e por vingança, ainda por cima), objectos mágicos, monstros, cenas de batalha exageradas, impossíveis, estúpidas, ridículas até, mas bastante divertidas de ver. Nem sequer faltam as cenas de nudez gratuita da praxe.
Honestamente, a única coisa que falta é aquele aspecto de produção com baixo orçamento, pois os efeitos especiais são, fora uma ou outra ocasião, competentes e os cenários chegam até a ser memoráveis.

Em resumo, como obra de cinema, este filme falha redondamente. De filme do Conan, pouco tem. Mas, se pensarmos nele como um tributo aos filmes de "Sword and Sorcery" dos anos oitenta, tem os seus méritos e, só por isso, até merece ser visto pelos fãs do género.


sábado, 12 de maio de 2012

O Vampiro


Inicialmente atribuído a Lorde Byron, este é um conto de horror gótico escrito pelo médico pessoal dele, John Polidori. Foi concebido na Suíça nos meses de Verão de 1816 (o famoso Ano Sem Verão), onde Byron, Polidori e os seus convidados, Percy e Mary Shelley e Claire Clairmont, impedidos de sair de casa pelas fortes chuvadas, decidiram escrever histórias de terror para passar o tempo (também foi aqui que Mary Shelley, com a ajuda de Percey, começou a escrever o que se viria a tornar o famoso romance "Frankenstein").

"O Vampiro" de John Polidori, após a sua publicação em 1819, tornou-se a pedra basilar da actual literatura de vampiros, sendo frequentemente considerada a primeira história a conseguir juntar com sucesso os vários mitos de vampirismo num todo coerente. É, também, reconhecida como uma das principais fontes de inspiração de Bram Stoker.

Mesmo deixando de parte a sua importância histórica, é um conto que se lê muito bem. Está bem escrito, pensado e estruturado, e, embora a prosa usual da época fosse bastante diferente da actual, penso que as palavras e frases fluem com naturalidade uma sonoridade cativante. O enredo será, indubitavelmente, previsível para um público actual, mas o mesmo não se poderá dizer do vampiro. Este difere em vários aspectos da criatura apresentada no mito moderno do vampiro (mais influenciada pelos filmes "Nosferatu "(1922) e "Drácula"(1931) do que em qualquer obra literária).

Quer pela sua importância histórica, quer por ser realmente uma boa história, "O Vampiro" merece ser lido. Podem encontrá-lo, em inglês e formato digital, no Projecto Gutenberg.

sábado, 5 de maio de 2012

Mini-conto da minha autoria seleccionado para exposição no IST-Tagus


Como resultado do 4º Concurso de Mini-contos do IST Taguspark, o meu mini-conto intitulado 'Vida Nocturna' foi seleccionado para ser exposto no campus. Podem ver os resultados do concurso aqui (eu participei sob o pseudónimo de Luca Leone).

Entrevista com o editor da Vollüspa


O "The World SF Blog" entrevistou o editor e organizador da Vollüspa, Roberto Mendes. Podem encontrar a entrevista aqui.

sábado, 21 de abril de 2012

Saint Seiya (Os Cavaleiros do Zodíaco) (1986)


Lembro-me de, com seis anos, ir a correr da escola para casa para ver esta série (na altura dobrada em espanhol, pois só passou nos canais portugueses anos depois). Recentemente, deu-me vontade de a rever. Confesso que fiquei chocado só de pensar que a vi com tão tenra idade, mas tal não se deve apenas ao seu conteúdo graficamente violento (as personagens perdem litros de sangue em quase todos os episódios). Eu simplesmente não tinha maturidade suficiente para compreender e seti a história. Apesar de ser uma série claramente pensada para um público adolescente (o que não falta são mensagens de como a amizade e a lealdade são importantes) e de não ter uma história especialmente complexa, esta tem uma boa dose de nuances que escapam a qualquer criança (e, acredito, até mesmo ao seu público alvo), em especial as histórias de algumas das personagens, que, quando não são simplesmente tristes, são de uma violência emocional gritante.

Outro elemento que devo destacar esta série é a banda sonora, que complementa eficazmente o que se passa no ecrã. O Leitmotiv que pontua as cenas mais melancólicas, então, é capaz de levar qualquer um quase às lágrimas.

Confesso que estou a tirar desta série muito mais do que a mera nostalgia que esperava quando a decidi rever. Não direi que é uma série obrigatória, nem sequer para o fãs de anime, mas penso que mesmo um público adulto não dará por perdido o tempo investido a vê-la.


domingo, 15 de abril de 2012

Os Parentes dos Elfos


Este é o terceiro conto incluído no livro de Lord Dunsany "A Espada de Welleran e Outras Histórias". Trata-se de uma curiosa história onde o cristianismo se mistura com o paganismo (como aconteceu durante toda a história da fantasia, se bem que é nas histórias escritas na segunda metade do século XIX e início do século XX onde se vê com mais frequência e relevo) e a imaginação do autor. Está bem contada e passa muito bem a sua mensagem, se bem que, mesmo para o seu tempo, não é particularmente original. Também notei que aqui não é tão visível o estilo de escrita quase etéreo de Dunsany, nem as descrições são tão ricas e memoráveis como noutros trabalhos que li do autor. Confesso que não fascinou tanto como o primeiro conto deste livro "A Espada de Welleran", mas é interessante o suficiente para merecer uma leitura.

Que eu saiba, nenhum dos contos deste livro está disponível em português europeu, mas as versões em inglês podem ser encontradas aqui, em formato digital.

sábado, 14 de abril de 2012

Vollüspa já tem site oficial


A antologia de contos de literatura fantástica Vollüspa, onde se inclui um conto da minha autoria intitulado "O Último", foi mencionada lá fora mais uma vez (e cá dentro também). Sigam os links e vejam o que foi dito.

elbakin

scifiworld

A antologia também tem agora um site oficial, onde podem encontrar todas as vinhetas escritas para divulgar a obra (incluindo a minha, intitulada "As Perguntas que Atormentavam Pavel Karelin"), um resumo do que tem sido dito sobre a antologia lá fora e cá dentro e detalhes sobre a antologia. Podem encontrá-la aqui.

Fénix Fanzine n.º 1


Saiu o número 1 da fanzine fénix (cujo número 0 incluiu um conto da minha autoria intitulado "A Grandiosa Raça das Ratazanas"), desta vez editada por Roberto Mendes (o organizador de projectos como as fanzines Dagon e Conto Fantástico e a antologia Vollüspa). Custa apenas 2,5€ com portes já incluídos. Não hesitem em encomendá-la aqui.

sábado, 7 de abril de 2012

Ben-Hur (1959)


Estamos na Páscoa. Como alguns de vocês certamente já saberão, isso significa que a adaptação de 1959 do romance Ben-Hur irá ser transmitido num qualquer canal de televisão.

Este é um filme que, infelizmente, afastará à partida uma boa parte do público actual, quer pela sua acentuada mensagem religiosa, quer por ter sido há muito banido, pelo menos na mente dos espectadores, para aquele que eu considero ser um dos mais estúpidos guetos culturais de sempre: o dos filmes antigos.

O que é uma pena, pois trata-se de um dos mais espectaculares filmes que alguma vez saiu de Hollywood. Tem uma história sólida, cheia de nuances, personagens interessantes, desempenhos excelentes de actores históricos, cinematografia brilhante, guarda roupa espectacular, cenários à frente do seu tempo, banda sonora memorável e inúmeras cenas inesquecíveis (e não me estou aqui a referir-me apenas à famosa corrida de quadrigas). Não é coincidência que, durante décadas, tenha sido o único filme a receber onze Óscares (e, mesmo hoje, partilha essa honra apenas com "O Regresso do Rei" e "Titanic"). É um dos melhores filmes épicos de sempre, anos luz à frente de muitos "épicos" que Hollywood nos tem tentado impingir desde o sucesso da trilogia "O Senhores do Anéis" (ou até mesmo desde o sucesso de "Braveheart").

Este foi um dos primeiros filmes que me lembro de ver (dobrado em espanhol, por sinal, já que com cinco anos ainda não tinha agilidade suficiente para ler legendas) e influenciou (e continua a influenciar) não só a forma como olho para o cinema, mas também como olho para a arte de contar histórias.

Se nunca viram este filme, abandonem os vossos preconceitos e hoje, às 22:40, liguem a televisão na RTP2. Se, como eu, já o viram dezenas de vezes, não percam a oportunidade de o ver outra vez. É sempre uma experiência fantástica de que eu duvido que alguma vez me vá cansar.


Mais Vollüspa no estrangeiro


A antologia de contos de literatura fantástica Vollüspa, onde se inclui um conto da minha autoria intitulado "O Último", continua a ser mencionada lá fora. Sigam estes links e vejam o que tem sido dito.

Nova Fantasia

Dark Wolf's Fantasy Reviews

segunda-feira, 2 de abril de 2012

sábado, 31 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

A Queda de Babbulkund


Este é o segundo conto incluído no livro de Lord Dunsany "A Espada de Welleran e Outras Histórias". É uma história onde se vêem claramente as características identificativas da escrita Dunsany: uma prosa com uma sonoridade e ritmo quase etéreos e numerosas descrições maravilhosas e inspiradoras. Infelizmente, este conto pareceu-me mais fraco que o primeiro do livro "A Espada de Welleran". De facto, de todos os contos que li de Lord Dunsany, este foi o que me agradou menos. A meu ver, o problema é que a história pouco mais é que uma sucessão de descrições, com pouca acção e um desenvolvimento. Embora as descrições do deserto e, principalmente, da cidade de Babbulkund me terem fascinado, preciso que uma história tenha algo mais.

Que eu saiba, nenhuma das histórias deste livro de contos foi publicada em português europeu, mas podem encontrá-las gratuitamente em inglês aqui.

sábado, 17 de março de 2012

A Vollüspa já está disponível

Após alguns anos de espera, a Vollüspa está finalmente disponível. Inclui uma reedição do meu conto "O Último". Podem comprar a Vollüspa aqui por apenas 13€. Podem também ler algumas fascinantes vinhetas promocionais sobre esta antologia no Correio do Fantástico sem pagar um tostão.

Já se encontram online várias opiniões sobre esta antologia. Seguem-se os links.

Falling Into Infinity
O Bug Cultural
Illusionary Pleasure (inclui opiniões detalhadas sobre cada conto, incluindo o meu)

Do blog "Que a Estante nos Caia em Cima" (a terceira parte inclui uma opinião sobre o meu conto, "O Último")

Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte

Do blog "Morrighan"  (a terceira parte inclui uma opinião sobre o meu conto, "O Último")

Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte

sábado, 3 de março de 2012

O Preço da Cultura

Estou neste momento à espera que abram as inscrições para um curso gratuito sobre a história de Braga. Entretanto, leio o programa cultural da cidade para este mês. Ao ver as diversas ofertas gratuitas e/ou a baixo preço, lembrei-me da recorrente queixa de que a cultura em Portugal é cara. Eu, porém, pelas experiências que tenho tido, não posso concordar. Vejamos, então:

Nos últimos três anos, assisti a dezenas de sessões gratuitas de cinema, onde se mostrou de clássicos de Hollywood a filmes independentes de todo o mundo e até um ou outro blockbuster recente.
No ano passado, entre as feiras do livro de Braga e Viana do Castelo, comprei onze livros (ficção e não ficção) e gastei apenas dezoito euros (sim, menos de dois euros por livro). Assisti ao festival internacional de música "folk", que era de entrada livre. Visitei ou revisitei mais de uma centena de monumentos nacionais (e alguns no país ao lado), muitos deles recheados com arte de diversas expressões.
E já perdi a conta ao número de exposições a que fui. Só esta semana vi três pequenas mostras de arte. E só não assisti a uma leitura de "Ifigénia em Áulis" de Euripides (também grátis) devido a uma dor de cabeça inesperada.

E estes exemplos são apenas aqueles de que me lembro neste momento. Haverá muitos outros. Isto para não falar de outros recursos culturais gratuitos, como as bibliotecas municipais ou o canal de televisão de sinal aberto rtp2 (onde passam inúmeros programas culturais, documentários, séries de qualidade e cinema de todo o mundo). E se pensar, então, em recursos online (LEGAIS) estava aqui o dia todo para listar os links.

Dados todos estes exemplos de cultura gratuita/baixo custo, não consigo, em boa fé, concordar com a ideia de que a cultura em Portugal é cara.

Mas porque subsiste, então, esta queixa? Será apenas mais uma das incontáveis queixas que as pessoas repetem sem pensar? Haverá falta de divulgação das fontes de cultura acessíveis? Terá chegado à cultura a popular, mas a meu ver falaciosa, ideia de que o preço é proporcional à qualidade? Ou os queixosos, quando pensam em cultura, lembram-se apenas dos livros/filmes/espectáculos/etc... da moda no momento (esses sim, geralmente caros) e esquecem (ou desprezam) os eventos/artistas/produtos menos conhecidos e os milénios de produção cultural a que hoje temos acesso a baixo custo?
O que acham?

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Colóquio "Dracula and the Gothic in Literature, Pop Culture and the Arts" na Universidade do Minho


Para celebrar o centésimo aniversário da morte de Bran Stocker, a Universidade do Minho organiza este colóquio, que ocorre nos dias 29 e 30 de Junho. As inscrições ainda não estão abertas, mas já aceitam propostas para apresentações. Mais detalhes aqui.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Guerra dos Tronos - Época 1 (2011)


Eu sempre gostei das seŕies da HBO, em particular do drama histórico Roma. Por isso, era com grandes expectativas que aguardava esta série. E não foram defraudadas.
A história deste série segue de perto a dos livros, sem grandes desvios por parte dos argumentistas. De facto, algumas cenas são tiradas linha a linha dos livros, incluindo os fabulosos diálogos. Os actores, dos mais experientes aos iniciantes, desempenham os seus papeis de forma competente, quando não fabulosa. Visualmente, também não há nada a apontar, do guarda roupa, aos efeitos especiais (o Eyrie, mais do que a muralha em si, ficou-me gravado na memória). Banda sonora boa. Até a sequência de abertura é fantástica, uma das melhores que me lembro de ver.

Depois, vêm as inevitáveis comparações com os livros. Existem diferenças, obviamente, nem tudo o que se faz num livro se pode fazer numa série de TV. Uma das que mais salta à vista é o facto que quase todas personagens envelheceram. Dada as cenas de violência e cariz sexual, isso não me espanta, especialmente numa série americana. Nunca passariam pelos censores se fossem filmadas como estão escritas nos livros (para quem não leu o livro, a Daenerys, no tempo em que se passa a série, tem apenas treze anos).
Além desta diferença mais óbvia, existem imensos detalhes sobre a história e sobre o mundo que ficam de fora na série. Nenhum deles é essencial, se bem que alguns explicariam melhor o que ocorre no ecrã, apenas nos dão uma melhor imagem das personagens e do mundo, mas não havia maneira de os filmar, pelo menos não sem quebrar completamente o ritmo da série. E, a meu ver, é aqui que surge o problema. Não com a série, que é uma das melhores que já vi, mas sim com o próprio meio, com a televisão. É impossível explorar convenientemente um mundo tão vasto, uma história tão intrincada, umas personagens tão complexas (e numerosas) em dez episódios de 45 minutos. Não me entendam mal, eu adorei a série, não tarda vou adicioná-la à minha colecção de DVDs, mas não passa de uma mera sombra dos livros.

Num tempo em que muita gente prefere o imediatismo do cinema ou da televisão à mais demorada leitura de um livro, esta série dá-nos um excelente argumento com que defender a literatura. "A Guerra dos Tronos" da HBO é uma série magnífica que nos entusiasma e agarra ao ecrã, mas ler os livros de George Martin é uma experiência transcendental que é impossível capturar em qualquer outro meio.

Vejam a série, vale bem a pena, mas não passem ao lado dos livros. Valem todas as horas neles investidos.

Deixo-vos, agora, com o trailer da segunda época desta série, a estrear em breve.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Rios de Prata


Este é o segundo livro escrito por R.A. Salvatore sobre o famoso elfo negro Drizzt Do'Urden (mas quinto na cronologia da personagem). A meu ver, o principal destaque deste livro é a introdução do assassino Artemis Entreri, o arqui-inimigo de Drizzt. Uma das personagens mais bem conseguidas de todo o universo dos "Forgotten Realms", rivaliza hoje em popularidade com o próprio elfo negro. Trata-se de um reflexo sombrio de Drizzt, e a interacção e inevitáveis comparações entre as duas personagens são dois dos pontos que torna toda a saga tão interessante para tanta gente.
Os amigos de Drizzt são, também, aqui mais explorados que anteriormente, em particular a Catti Brie, se bem que Artemis Entreri rouba-lhes uma boa parte do protagonismo.
A história não é particularmente original e, ao contrário de "O Fragmento de Cristal", mostra muitas semelhanças com "O Senhor do Anéis" em particular com "A Irmandade do Anel". Facto que, felizmente, se vê parcialmente compensado pela oportunidade que nos dá de explorar mais profundamente o norte dos "Forgotten Realms".
De resto, encontramos aqui todas as características típicas de Salvatore, como as cenas de batalha detalhadamente descritas e que fará as delicias de quem aprecia estes pormenores (particularmente a luta entre Entreri e Drizzt).

Não será um livro de leitura essencial, nem está no top cinco dos meus livros do Drizzt, mas vale a pena ler nem que seja só para descobrir Artemis Entreri.

"Rios de Prata" foi recentemente publicado em Portugal pela Saída de Emergência. Procurem esta capa nas livrarias.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Star Trek XI (2009)

AVISO: Contém spoilers.

Um reboot da série original que inicia um universo alternativo, este filme marcou o regresso do franchise Star Trek, depois da última série, a menos bem sucedida Star Trek: Enterprise, ter sido cancelada.
No geral, é um filme que aprecio bastante, apesar de ter aquele aspecto típico dos blockbusters americanos. Tem um enredo sólido, se bem que não é especialmente original ou surpreendente (mas faz imensas referências às séries de tv, uma delícia para os fãs), efeitos especiais de grande qualidade (algo a que o franchise já nos habituou à bastante tempo) e uma banda sonora simplesmente fenomenal.
Apenas duas partes do filme me deixaram algum dissabor. A primeira foi a cena em que o Kirk, o Sulu e um "Red Shirt" se lançam de para-quedas sobre os inimigos, pois despertou-me a repulsa que sinto pela prática comum em filmes americanos de tornar os filmes "radicais". A segunda foi o encontro entre o Kirk e o Spock vindo do futuro simplesmente pela muito improvável coincidência. Kirk não só caiu no mesmo planeta onde se encontrava Spock (o que até é explicável dentro do contexto do filme), como na mesma parte do planeta (o que já é mais difícil de explicar).

Penso que é um filme que agradará aos fãs do franchise (se bem que estes terão que se ajustar um pouco, já que Star Trek XI se foca mais na acção e menos no argumento, exactamente o contrário das séries e filmes anteriores) com as suas inúmeras referências à história canónica do universo, mas que não deixa de fora os restantes espectadores, até porque aqui o enredo e os sentimentos que o filme invoca estão mais próximos dos "blockbusters" "mainstream" do que em qualquer Star Trek anterior.
Fico curioso para ver como a história deste universo alternativo se desenvolverá no futuro. Infelizmente, ainda tenho muito que esperar, pois o próximo filme tem estreia marcada apenas para Maio de 2013.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Cheguei ao Goodreads e Bibliowiki

Pronto, finalmente cedi e tornei-me membro da Goodreads. Podem seguir-me aqui.

Também já está disponível há algum tempo uma página sobre mim na bibliowiki. Está um pouco desactualizada, mas não consigo editá-la.

Scifiworld Portugal

Chegou a versão em português da revista Scifiworld. Para os que não estão familiarizados com o nome, trata-se de uma publicação espanhola dedicada ao cinema fantástico.

A versão portuguesa é da responsabilidade de Nuno Reis (do blogue Antestreia) e está disponível em formato de portal web, que podem encontrar aqui.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cheguei ao twitter

A partir de hoje, podem seguir as novidades do Journeys of the Sorcerer (e a mim) no twitter. Fica aqui o url.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Shadows Linger


Este é o segundo livro sobre a Companhia Negra de Glen Cook e, atrevo-me a dizer, o meu favorito até ao momento. Aqui encontramos todos os elementos que fizeram com que o primeiro livro se destacasse da restante oferta do género (uma moralidade bastante cinzenta, e uma prosa e forma de contar a história que se assemelha mais aos romances passados na guerra do Vietnam do que a um de fantasia), mas achei a história ainda mais apelativa que a do primeiro. Depois da vitória da Lady no primeiro livro, vemos aqui a formação de três facções rivais, coisa atípica numa altura em que a maior parte da fantasia épica se resumia a uma luta entre os bons e os maus. Outro ponto de relevo são as acções que Raven se vê obrigado a tomar para proteger Darling. Ele sabe que está a fazer algo errado, mas é o que precisa fazer para sobreviver.
Destaque também para algumas cenas memoráveis, como o crescimento do castelo negro e o assalto da companhia, a morte de algumas personagens importantes e a "morte" de um dos últimos takens originais.

Infelizmente, os livros da Companhia Negra ainda não se encontram publicados em Portugal. Se os querem ler, terão de o fazer em inglês. Aqui fica o link para o volume que contém os três primeiro livros.